... E isto me traz mais
uma vez à mente, como não poderia deixar de ser, o Júlio da Silva Freire, que
eu penso ter sido uma das mais ilustres figuras do nosso Pombalinho de todos os
tempos. É verdade que mal me lembro dele, porque era ainda muito miúdo quando
ele faleceu. Mas lembro-me perfeitamente de ter ouvido dizer que ele foi o
Maestro de uma banda musical que o Pombalinho teve.
Lembro-me também de uma aurora boreal vista no Pombalinho (teria
eu 6 ou 7 anos) que deixou toda a gente assustada, até que o Júlio Freire (pai)
explicou o que aquilo era, tranquilizando a população. Sei que a certa altura
se dedicou, gratuitamente, a ensinar um grupo de camponeses, do qual o meu pai
fez parte, a ler e a escrever. O meu pai só aprendeu a ler letra impressa e a
fazer, com dificuldade, o nome dele, mas penso que o Júlio Freire ensinava a
ler e a escrever. Penso é que os estudantes a certa altura se teriam visto na
necessidade de deixar o ensino devido à chegada dos dias maiores, em que,
trabalhando de sol a sol, chegavam a casa exaustos e precisados de ir para a
cama o mais cedo possível, a fim de recuperarem forças para o dia seguinte.
... O Júlio da Silva Freire era ateu (ou seria agnóstico?) e que
quando estava próximo do fim, de cama, teria dito: "valha-me
aquele que dizem que é Deus".
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