Ao tender, uma vez por
outra sobrava, ou fazia-se sobrar, um bocado de massa para uma destas iguarias:
ou um pãozinho em que se misturava canela, e creio que azeite, na massa; ou um
pãozinho em que se metia na massa uma gorda sardinha, depois de amanhada, e que
ficava com a forma da sardinha, ou seja, oblongo.
Eram as iguarias dos pobres, que como essas tinham várias outras e
das quais se dizia que eram de lamber os beiços ou de comer e chorar por mais.
Com o pão de milho por base, de mais duas me estou a lembrar e não resisto a
descrevê-las. Uma era a tiborna. Logo ao tirar-se o pão do forno - bem quente,
portanto - partia-se um naco em bocados pequenos, não muito, para um prato.
Juntava-se-lhe azeite e alho e misturava-se tudo bem. E comia-se logo a seguir.
Outra era cortar uma fatia de pão, fazer-lhe uns traços à superfície, com um
canivete, e pô-la nas brasas. Depois de bem torrada, friccionava-se bem com um
dente de alho e cobria-se com um fio de azeite, dos dois lados. Esta fazia-se,
às vezes, para as refeições no campo. E era mesmo de comer
e chorar por mais.
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